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Educação Domiciliar Cresce Entre Alunos Das Redes Públicas E Privada
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A pesquisa também aponta que a principal motivação para adotar o homeschooling é a insatisfação com a qualidade do ensino oferecido pelas escolas
- Por Brendow Felipe
- 08/06/2023 19h16 - Atualizado há 1 ano
A educação domiciliar, também conhecida como homeschooling, tem se tornado cada vez mais popular no Brasil nos últimos anos. Com a pandemia de COVID-19 e a adoção do ensino remoto, muitas famílias começaram a considerar a possibilidade de educar seus filhos em casa. Segundo dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o número de famílias que optaram pela educação domiciliar cresceu 82% em 2020 em relação ao ano anterior.
Em 2023, a tendência é que esse número continue a crescer. De acordo com um estudo realizado pelo Instituto Datafolha, 22% dos pais de alunos matriculados na rede pública de ensino têm interesse em adotar a educação domiciliar. Entre os pais da rede privada, esse percentual sobe para 38%. A pesquisa também aponta que a principal motivação para adotar o homeschooling é a insatisfação com a qualidade do ensino oferecido pelas escolas.
Ainda que a legislação brasileira não preveja a educação domiciliar, o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou em 2020 que as famílias que optarem por esse modelo de ensino possam registrar seus filhos em cartório e obter um certificado de conclusão de ensino fundamental e médio. A decisão do STF trouxe mais segurança jurídica para as famílias que desejam adotar o homeschooling.
Além disso, a educação domiciliar tem se mostrado uma alternativa viável para famílias que vivem em regiões remotas do país ou que têm filhos com necessidades especiais. Segundo o estudo do Datafolha, 36% dos pais que têm filhos com deficiência têm interesse na educação domiciliar.
Apesar do crescimento da educação domiciliar, especialistas alertam para a importância da socialização e da diversidade de experiências que as escolas podem oferecer. A interação com outros alunos e a exposição a diferentes culturas e ideias são fundamentais para o desenvolvimento humano. Por isso, é importante que as famílias que optam pelo homeschooling busquem formas de integrar seus filhos à sociedade e estimular seu desenvolvimento social e emocional.
Em termos de desempenho acadêmico, os estudos sobre a educação domiciliar ainda são limitados no Brasil. No entanto, pesquisas realizadas em outros países mostram que os alunos que são educados em casa tendem a ter um desempenho igual ou superior aos alunos que frequentam escolas tradicionais. Isso se deve, em grande parte, à flexibilidade do modelo de ensino, que permite que os pais adaptem o currículo e o ritmo de aprendizagem de acordo com as necessidades e interesses de cada criança.
Em resumo, a educação domiciliar é uma realidade em expansão no Brasil. Com a pandemia e a adoção do ensino remoto, muitas famílias começaram a considerar essa opção como uma alternativa viável para a educação de seus filhos. No entanto, é importante que as famílias que optam pelo homeschooling busquem formas de integrar seus filhos à sociedade e estimular seu desenvolvimento social e emocional. Além disso, é fundamental que o debate sobre a educação domiciliar continue a avançar, para que haja cada vez mais segurança jurídica para as famílias e mais estudos sobre o desempenho acadêmico dos alunos educados em casa.